A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou esta semana o Opdivo (nivolumabe), da farmacêutica Bristol, primeiro medicamento imunoterápico para tratamento de dois tipos diferentes de tumor: o melanoma (câncer de pele agressivo) e o câncer de pulmão.

A aprovação é importante porque, entre os cânceres, o de pulmão é o que mais mata no mundo. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 28.220 novos casos da doença no País em 2016, cinco vezes mais que os de melanoma.

Bernardo Garicochea, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, diz que o tratamento mudará. “Estamos falando de remissão de câncer metastático pela primeira vez na história. Há pacientes em que a doença não volta mais”, afirmou.

Os imunoterápicos, bola da vez da indústria farmacêutica, são medicamentos que agem ativando o próprio sistema imunológico para que ele combata a doença. Estudos mostraram aumento expressivo da sobrevida e poucos efeitos colaterais em relação às terapias tradicionais. Na quimioterapia, as células que se reproduzem mais rápido são destruídas o que inclui as tumorais e também algumas células saudáveis.
ffPREÇO

Agora falta definir o preço do medicamento, que é determinado pela Anvisa em negociação com a farmacêutica. O processo deve levar cerca três meses. Nos EUA, cada aplicação custa cerca de US$ 15 mil (R$ 55 mil). O tratamento combinado com outras drogas pode custar US$ 500 mil (R$ 1,84 milhão) ao ano.